Albarus Andreos
30/ 03/ 2007.
Dizem que “cada uma das pessoas que leu “O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, acabou por escrever um livro...” São chamados de “Filhos do Anel”, mas se assim fosse, estaríamos atulhados de livros de Fantasia aqui no Brasil também, mas onde estão? Eu adoraria vê-los? Onde estão, afinal?
Na verdade, tal declaração é preconceituosa. Impingiu-se à Fantasia um selo de baixa qualidade, voltado a leitores pouco exigentes. Os “exigentes” consideram “sua literatura” a única literatura que pode ser assim identificada. Preconceito!
É interessante como o gênero é importante no mundo, e gera bilhões de dólares, leva milhões aos cinemas, incluindo no Brasil e mesmo assim, as editoras nacionais vêem com maus olhos a literatura fantástica. Porém há algumas poucas, como a Rocco, que investiu em vários autores estrangeiros, lançando-os por aqui em edições de ótimo gosto, como Terry Goodkind, com seu “A Primeira Regra do Mago”, Licia Troisi, com “As Crônicas do Mundo Emerso”, Christopher Paolini, com seu “Eragon”, já em filme também e cujo segundo volume da trilogia “Eldest”, encontra-se disponível também no Brasil. Falta agora os autores nacionais, evidentemente.
Quando criança existia uma discriminação grande contra o famoso gibi, nome genérico das revistinhas em quadrinhos, advindo dos idos de “Bolão, Reco-Reco e Azeitona”, e que mesmo em época de “Turma da Mônica” e “Pato Donald”, continuou a se chamar assim. Mas eu lia e lia muito! O gibi se tornou ‘graphic novel’, seus desenhistas e argumentistas foram reconhecidos como grandes artistas e hoje escrevem livros e fazem filmes que são lidos, entusiasticamente, em todo mundo. Posso citar dois de imediato: Neil Gaiman e Frank Miller.
As editoras se esquecem que as crianças que liam gibi cresceram, e não mudaram seu gosto, apenas expandiram seus horizontes. Gostam de mais coisas agora, mas não se desgosta de algo por se ter amadurecido. Pelo contrário, os antigos temas se transformam em raízes e frutificam quando o indivíduo amadurece. Quem assistia ao desenho animado “Caverna do Dragão”, quando criança, cresceu gostando de Fantasia.
Será que Fantasia não vende? Não é necessário refletir muito para ver que sim. E o brasileiro também gosta de Fantasia. É fato!
A despeito de tudo isso, escrevi um livro de fantasia, que iniciou-se ainda na época de faculdade de engenharia, antes que a febre do filme de Peter Jackson se alastrasse além da Terra-Média. Li “O Senhor dos Anéis” alguns anos depois, e não nego sua influência. Meu livro, contudo, é mais sombrio. Não há “Hobbits bonzinhos” (parafraseando Gollun). Narro a procura empreendida por um guerreiro atrás de sua antiga natureza rústica que o inseria dentre os seus, mas que acabou se perdendo quando foi à civilização lutar nas guerras que assolavam o mundo de então. Isso é a essência da saga. Contudo, é apenas o pano de fundo e a forma como os leitores poderiam entender sua busca por um “coração, que fora arrancado de seu peito” (imagem recorrente na forma como, em sonho, o herói Karizem, do clã do cavalo fantasma, vê-se sendo devorado por um dragão).
O que o leitor vê, em primeiro plano, é o grupo de aventureiros que vai aos poucos se organizando e inicia a sua busca (nesse primeiro livro, que é apenas o inicial da saga dividida em quatro livros, todos já prontos).
No “Livro do Dentes-de-Sabre”, expõem-se vários mistérios e enigmas, já que cada um dos personagens traz estranhos e sombrio passados. A resolução destes mistérios é que leva a elucidação do que seria a Fome de Íbus, só completamente descortinada no último volume da série. Até lá o leitor terá que roer as unhas e amaldiçoar o fato de que a história foi dividida em quatro livros a serem lançados separadamente. Conta-se aqui um primeiro segredo, que é exposto através do atrapalhado mago Tellor, cujo passado é revisitado sem que deseje, quando o grupo procura ajuda numa cidadela de necromantes para salvar o líder Karizem, acometido por moléstia incurável, contraída numa renhida luta contra vampiros.
Ali, o grupo conhece o poder dos Loders de Tull Saitanes, e o vaticínio do cavalo fantasma se realiza. Karizem se revela o homem a quem fora destinado pôr um fim a Fome de Íbus e aos seus malefícios.
Não há paralelo aqui com o Senhor dos Anéis. A história segue à parte do que foi escrito por Tolkien. E se o leitor procurava uma história com cavaleiros, elfos, espadas e magia, ele vai encontrar. Contudo, é melhor abster-se de esperar por um final de fácil dedução. Não é. Cada fato na trama está entrelaçado e habilmente conduzido até um final surpreendente (não ouso usar esta afirmação apenas como clichê). Contudo, ela apenas virá no final do quarto livro. E o dragão existe, de fato!
Na verdade, tal declaração é preconceituosa. Impingiu-se à Fantasia um selo de baixa qualidade, voltado a leitores pouco exigentes. Os “exigentes” consideram “sua literatura” a única literatura que pode ser assim identificada. Preconceito!
É interessante como o gênero é importante no mundo, e gera bilhões de dólares, leva milhões aos cinemas, incluindo no Brasil e mesmo assim, as editoras nacionais vêem com maus olhos a literatura fantástica. Porém há algumas poucas, como a Rocco, que investiu em vários autores estrangeiros, lançando-os por aqui em edições de ótimo gosto, como Terry Goodkind, com seu “A Primeira Regra do Mago”, Licia Troisi, com “As Crônicas do Mundo Emerso”, Christopher Paolini, com seu “Eragon”, já em filme também e cujo segundo volume da trilogia “Eldest”, encontra-se disponível também no Brasil. Falta agora os autores nacionais, evidentemente.
Quando criança existia uma discriminação grande contra o famoso gibi, nome genérico das revistinhas em quadrinhos, advindo dos idos de “Bolão, Reco-Reco e Azeitona”, e que mesmo em época de “Turma da Mônica” e “Pato Donald”, continuou a se chamar assim. Mas eu lia e lia muito! O gibi se tornou ‘graphic novel’, seus desenhistas e argumentistas foram reconhecidos como grandes artistas e hoje escrevem livros e fazem filmes que são lidos, entusiasticamente, em todo mundo. Posso citar dois de imediato: Neil Gaiman e Frank Miller.
As editoras se esquecem que as crianças que liam gibi cresceram, e não mudaram seu gosto, apenas expandiram seus horizontes. Gostam de mais coisas agora, mas não se desgosta de algo por se ter amadurecido. Pelo contrário, os antigos temas se transformam em raízes e frutificam quando o indivíduo amadurece. Quem assistia ao desenho animado “Caverna do Dragão”, quando criança, cresceu gostando de Fantasia.
Será que Fantasia não vende? Não é necessário refletir muito para ver que sim. E o brasileiro também gosta de Fantasia. É fato!
A despeito de tudo isso, escrevi um livro de fantasia, que iniciou-se ainda na época de faculdade de engenharia, antes que a febre do filme de Peter Jackson se alastrasse além da Terra-Média. Li “O Senhor dos Anéis” alguns anos depois, e não nego sua influência. Meu livro, contudo, é mais sombrio. Não há “Hobbits bonzinhos” (parafraseando Gollun). Narro a procura empreendida por um guerreiro atrás de sua antiga natureza rústica que o inseria dentre os seus, mas que acabou se perdendo quando foi à civilização lutar nas guerras que assolavam o mundo de então. Isso é a essência da saga. Contudo, é apenas o pano de fundo e a forma como os leitores poderiam entender sua busca por um “coração, que fora arrancado de seu peito” (imagem recorrente na forma como, em sonho, o herói Karizem, do clã do cavalo fantasma, vê-se sendo devorado por um dragão).
O que o leitor vê, em primeiro plano, é o grupo de aventureiros que vai aos poucos se organizando e inicia a sua busca (nesse primeiro livro, que é apenas o inicial da saga dividida em quatro livros, todos já prontos).
No “Livro do Dentes-de-Sabre”, expõem-se vários mistérios e enigmas, já que cada um dos personagens traz estranhos e sombrio passados. A resolução destes mistérios é que leva a elucidação do que seria a Fome de Íbus, só completamente descortinada no último volume da série. Até lá o leitor terá que roer as unhas e amaldiçoar o fato de que a história foi dividida em quatro livros a serem lançados separadamente. Conta-se aqui um primeiro segredo, que é exposto através do atrapalhado mago Tellor, cujo passado é revisitado sem que deseje, quando o grupo procura ajuda numa cidadela de necromantes para salvar o líder Karizem, acometido por moléstia incurável, contraída numa renhida luta contra vampiros.
Ali, o grupo conhece o poder dos Loders de Tull Saitanes, e o vaticínio do cavalo fantasma se realiza. Karizem se revela o homem a quem fora destinado pôr um fim a Fome de Íbus e aos seus malefícios.
Não há paralelo aqui com o Senhor dos Anéis. A história segue à parte do que foi escrito por Tolkien. E se o leitor procurava uma história com cavaleiros, elfos, espadas e magia, ele vai encontrar. Contudo, é melhor abster-se de esperar por um final de fácil dedução. Não é. Cada fato na trama está entrelaçado e habilmente conduzido até um final surpreendente (não ouso usar esta afirmação apenas como clichê). Contudo, ela apenas virá no final do quarto livro. E o dragão existe, de fato!
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