Depois de mantê-los incógnitos ou de me acostumar a usar os sites alheios, não vejo, enfim, porquê não publicá-los (e se não tinha feito isso até agora foi por pura preguiça).

Sempre que escrevia uma crítica ou crônica, invariavelmente, se não fosse publicado pelos pequenos jornais de minha cidade, ficava guardado no meu HD. São vários textos que tenho e que, por falta de oportunidade ou por não me dispôr a lidar com eles num blog, ficaram guardados até agora. Tomo então a inciativa de dar-lhes luz e publicidade através da internet.

Tenho resenhas de livros também, mas não vejo ainda oportunidade de incluí-las aqui. Continuam espalhadas por sites afora.

Quanto aos contos, são prativamente a razão disso tudo. Depois de algum tempo escrevendo para o Leia Livro, site mantido pela Secretária de Estado da Cultura, de São Paulo, creio já ter amadurecido bastante para tentar manter, por minha própria iniciativa, um blog literário que suporte meus textos curtos.

Textos longos mantenho no meu outro blog, criado exclusivamente para divulgar os livros de minha saga de fantasia A Fome de Íbus, cujo primeiro livro, o Livro do Dentes-de-Sabre, pode ser adquirido pela internet.

Tomo a liberdade de, às vezes, incluir textos que pertençam a terceiros (o que contraria frontalmente a proposta original deste blog. Fazer o quê? Farei isso quando achá-los tão bons e oportunos, que se torne premente sua divulgação ante meus próprios dogmas). Cometerei esta indiscrição alegremente, descaradamente e sem dó, disseminando suas idéias e inteligência. Vou logo pedindo licença e perdão aos autores.

Assim, sem encontrar mais oposição (minha própria), que justique o contrário, nasce o Charranspa (que não significa nada além de ter sido um dos meus apelidos de infância).

Tomo este meu velho pseudônimo como tema e batizo este espaço.

Está feito.

Albarus Andreos

Junho de 2007.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

So-le-tran-do

Por Albarus Andreos
em 28/ 02/ 2007.

Bom dia, pessoal,

Costumo criticar bastante o comportamento das editoras quanto ao melhor aproveitamento de autores iniciantes. Ao novo autor só será dada maior atenção, quando os autores consagrados venderem mais; quando a literatura vender mais.

Críticas devem ser assimiladas tanto quanto o possível, eliminando-se o chororô e aproveitando-se o que de construtivo tiver. Numa delas, disse que as editoras não deveriam se bastar com os incentivos fiscais concedidos à atividade editorial e que, resumidamente, deveriam correr atrás dos leitores como faz a industria do tabaco, comemorando “cada alma conquistada”.

Teremos, a partir do próximo final de semana, a estréia na Rede Globo do programa Soletrando. Nele, Luciano Huck vai nos mostrar o que, há muito tempo, é mania nos Estados Unidos, com igual cobertura nacional.

Vejo uma oportunidade de ouro aí. Pela propaganda do programa que vi, autores, lingüistas e outros profissionais da língua, funcionarão como “banca” para os meninos e meninas em idade escolar que testarão suas habilidades, soletrando palavras escolhidas com cuidado. O prêmio: uma poupança de cem mil reais!

É um concurso importante! Tem autor tentando se fantasiar de estudante para poder abocanhar um prêmio desses. E também é uma grande oportunidade para grandes editoras fazerem o merchandising de livros. Será que farão?

Olha só... Um programa voltado para a língua portuguesa, com a participação de gente que inevitavelmente falará de cultura, livros e educação e blábláblá. Mas tenho a impressão que só a Skol, a Fiat e as Casas Bahia vêem oportunidade de divulgação de suas marcas aí.

Tá legal, o preço do horário deve ser absurdo! Mas estou falando apenas de autores consagrados, por enquanto. De livros que se espera vender centenas de milhares de cópias. Não precisa ser um comercial de minutos... (Mas o Tony Belloto lá, entrevistando um Fernando Morais, um John Grinshan ou um Bernard Cornwell, durante três minutos não seria mal, não é?). Será que as editoras não podem incluir aquelas entradas oportunistas em que o apresentador segura o livro por uns segundos e fala pro povão sobre ele? Será que não dá pra incluir uma Rocco ou Cia. das Letras lá atrás, num banner enfeitando o ambiente? Será que o fundo do palco não poderia conter grandes cartazes de capas de livros atuais que se desejaria divulgar? Sendo o autor consagrado, um grande interessado na divulgação de suas obras, não poderiam eles próprios arcarem com parte desta divulgação, junto com as editoras? Será que esse papo de que “um grande incentivo a literatura nacional” seria dado, não funcionaria e as Organizações Marinho, até abririam uma brechinha e exibiriam livros em estandes e os dariam de brinde aos moleques, citando o título, autor e editora apenas? Alguém tentou pra ver?

Fica a sugestão.

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