Depois de mantê-los incógnitos ou de me acostumar a usar os sites alheios, não vejo, enfim, porquê não publicá-los (e se não tinha feito isso até agora foi por pura preguiça).

Sempre que escrevia uma crítica ou crônica, invariavelmente, se não fosse publicado pelos pequenos jornais de minha cidade, ficava guardado no meu HD. São vários textos que tenho e que, por falta de oportunidade ou por não me dispôr a lidar com eles num blog, ficaram guardados até agora. Tomo então a inciativa de dar-lhes luz e publicidade através da internet.

Tenho resenhas de livros também, mas não vejo ainda oportunidade de incluí-las aqui. Continuam espalhadas por sites afora.

Quanto aos contos, são prativamente a razão disso tudo. Depois de algum tempo escrevendo para o Leia Livro, site mantido pela Secretária de Estado da Cultura, de São Paulo, creio já ter amadurecido bastante para tentar manter, por minha própria iniciativa, um blog literário que suporte meus textos curtos.

Textos longos mantenho no meu outro blog, criado exclusivamente para divulgar os livros de minha saga de fantasia A Fome de Íbus, cujo primeiro livro, o Livro do Dentes-de-Sabre, pode ser adquirido pela internet.

Tomo a liberdade de, às vezes, incluir textos que pertençam a terceiros (o que contraria frontalmente a proposta original deste blog. Fazer o quê? Farei isso quando achá-los tão bons e oportunos, que se torne premente sua divulgação ante meus próprios dogmas). Cometerei esta indiscrição alegremente, descaradamente e sem dó, disseminando suas idéias e inteligência. Vou logo pedindo licença e perdão aos autores.

Assim, sem encontrar mais oposição (minha própria), que justique o contrário, nasce o Charranspa (que não significa nada além de ter sido um dos meus apelidos de infância).

Tomo este meu velho pseudônimo como tema e batizo este espaço.

Está feito.

Albarus Andreos

Junho de 2007.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O Brasil iraquiano

Por Albarus Andreos
em 24/10/2005.


Passados os últimos dias, e com a expressiva vitória do NÃO, talvez seja o momento de sentarmos de novo em nossas casas muradas e cercadas por grades, para pensarmos um pouco, fazendo algumas análises.

Temos, será, dois tipos de gente nesse país, realmente? o NÓS e o ELES? Sim, pois durante a propaganda na televisão (que me desculpem os debochados e os sabichões, mas eu assisto, sim, aos programas políticos. Pelo menos quando dá...) e, na minha modesta opinião, o maior erro do SIM foi classificar os brasileiros que eram contra a Proibição do Comércio e a Venda de Armas e Munições, como ELES (o NÓS, para mim). Esqueceram-se que estamos todos, mais que nunca, na mesma situação; além de se desfazerem de nossa insegurança (pois o NÃO preferiu dizer que uma arma, seja lá com quais reservas, tem sua razão de existir num lugar onde "Bang-Bang" faz sucesso).

O SIM dizia que, por sermos contra a proibição, éramos a "Frente da Bala", não nos importávamos com as pessoinhas aleijadas e as famílias dilaceradas pela violência que eles exibiam, apelativamente, no seu horário gratuito; éramos desalmados e sem coração, éramos a favor da violência, éramos a favor do sangue derramado que o Jornal Nacional exibe todos os dias no horário nobre. Somos então todos irresponsáveis, como vi agora o Presidente do Senado, Exmo. Senador da República Renam Calheiros, quando disse que "... espera que nós, ao vermos os próximos episódios de violência na TV, não venhamos a nos arrepender da decisão tomada no referendo (que custou mais de R$250 000 000,00 que poderia ter servido para dar um belo aumento para a polícia, sei lá...)".

Será possível que um erro de foco como esse pode ser aceitável? Queriam então provar para nós: eu e você que está aí lendo e que também votou NÃO, que somos tudo isso?????? Somos belicistas e violentos? Queremos então armar o povo para guerra que está se desenrolando (o erro é tão grande que alguns acham que não querer a proibição do comércio e venda de armas e munições é o mesmo que ser a favor do armamento... do aumento do número de armas em posse das pessoas!!!!) grande que alguns acham que nfrentamento e pelo olho por olho? , somos então pelo enfrentamento e pelo olho por olho? Sabemos que não... distorções de gente de mente curta!

Não sou nenhum maluco armado, odeio a violência e por isso mesmo votei NÃO!!!
Por que isso parece uma contradição aos olhos dos puristas?

Será que tudo nesse país tem que ser resolvido pelos mesmos métodos das torcidas de futebol? Aliás, futebol não é exemplo. Que nos digam as recentes denuncias e escândalos onde juízes (árbitros!!! Já que, talvez, chamá-los de "juízes" não seja adequado, pois geralmente, costumam resolver suas pendências em noventa minutos...) fraudaram resultados de partidas válidas por vários campeonatos oficiais.

As distorções do SIM, diziam, entre outras, que uma arma não traz segurança a ninguém. Desculpem-me agora os SIMnistas (ou seriam SIMnicos?) que construíram e apoiaram aqueles programas deploráveis de TV (e aqui não me refiro a você, que foi lá votar SIM, cidadão brasileiro), mas fazendo uma comparação por cima, no Iraque (embora aqui seja muito pior do que lá, em termos de sangue), os soldados americanos e ingleses estão armados até os dentes contra a “turba enfurecida”, e acho que nem por isso estão se sentindo confortáveis e seguros. Confesso que não é uma comparação muito feliz, mas tem seu valor. No Iraque, o “inimigo” é a própria população do país (aqui também, certo! Mas os opressores lá, passaram de um ditador mau-caráter, para um país opressor). No Brasil, já tivemos nossos ditadores, mas, não sei porque, me parece que naquela época a criminalidade era bem menor... Como parece ter sido no Iraque também... Bem... Sei lá!

Quantas semelhanças, não! Parece que sempre há um governo alheio ao que sofre um determinado povo e se faz omisso ao que ele sente e precisa. Será que no Iraque existe um ministro da justiça “competente”, como nós temos o Márcio Thomaz Bastos? Será que a Polícia Federal de lá também é patética como a nossa, a menina dos olhos do governo que, fazendo estardalhaço, prende bandido e socialite, e depois dá um tiro no pé roubando de si própria o dinheiro que acabou de reaver de patéticos contrabandistas de carne recheada com coca? Bem... Nisso acho que sim. Não devemos ser piores que eles nisso. Acho que aí somos só iguais!

No Iraque, o problema maior é o fanatismo. São muito menos os meliantes, mas lutam por uma “causa”. Matam americano, inglês, italiano ou iraquiano mesmo. Nem pensam no que estão fazendo, achando que o mundo do além é melhor que a miséria que têm aqui na Terra. Que nós não cheguemos a este ponto, embora o governo pareça nem se importar se o povo ficar tão de saco cheio, que venha a radicalizar, como a geração Zé Dirceu fez, contra os algozes de sua época. Os terroristas são em número menor, mas matam muita gente pois usam armas mais potentes ainda que nossos bandidinhos chinfrins das favelas daqui. Lá é de mísseis Stinger pra cima... (Ops! Quieto! Nem é bom dar idéia nesses assuntos, vai que algum traficante brasileiro sabe ler e acaba pondo os olhos nesse artigo...).

Os programas do NÃO também foram péssimos, diga-se de passagem, mas seu foco foi dizer que aquelas estatísticas mostradas pelo SIM eram pura balela, papo-furado, exageros, erros de interpretação e distorções grosseiras...

E o punhado de políticos aparecendo então? Intragável, não foi? Acontece que o contraponto do SIM foi, além de políticos, a Rede Globo, com seus funcionários famosos aparecendo e pondo a cara pra bater!!! Quem engole estas coisas?

É difícil se sentir Iraque... Sei que somos Terceiro Mundo, mas estes problemas deveriam ser superados de vez. Mas valeu o referendo. Por um momento nos sentimos como um Canadá, uma França da vida... Mesmo porque estava cheio de ONGs alienígenas comandando a estratégia do SIM e metendo as caras neste assunto, tão espinhoso, aqui do Brasil.

Aliás... Acho que agora entendi! Foi por isso que nos chamaram tanto de “ELES”.

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