Depois de mantê-los incógnitos ou de me acostumar a usar os sites alheios, não vejo, enfim, porquê não publicá-los (e se não tinha feito isso até agora foi por pura preguiça).

Sempre que escrevia uma crítica ou crônica, invariavelmente, se não fosse publicado pelos pequenos jornais de minha cidade, ficava guardado no meu HD. São vários textos que tenho e que, por falta de oportunidade ou por não me dispôr a lidar com eles num blog, ficaram guardados até agora. Tomo então a inciativa de dar-lhes luz e publicidade através da internet.

Tenho resenhas de livros também, mas não vejo ainda oportunidade de incluí-las aqui. Continuam espalhadas por sites afora.

Quanto aos contos, são prativamente a razão disso tudo. Depois de algum tempo escrevendo para o Leia Livro, site mantido pela Secretária de Estado da Cultura, de São Paulo, creio já ter amadurecido bastante para tentar manter, por minha própria iniciativa, um blog literário que suporte meus textos curtos.

Textos longos mantenho no meu outro blog, criado exclusivamente para divulgar os livros de minha saga de fantasia A Fome de Íbus, cujo primeiro livro, o Livro do Dentes-de-Sabre, pode ser adquirido pela internet.

Tomo a liberdade de, às vezes, incluir textos que pertençam a terceiros (o que contraria frontalmente a proposta original deste blog. Fazer o quê? Farei isso quando achá-los tão bons e oportunos, que se torne premente sua divulgação ante meus próprios dogmas). Cometerei esta indiscrição alegremente, descaradamente e sem dó, disseminando suas idéias e inteligência. Vou logo pedindo licença e perdão aos autores.

Assim, sem encontrar mais oposição (minha própria), que justique o contrário, nasce o Charranspa (que não significa nada além de ter sido um dos meus apelidos de infância).

Tomo este meu velho pseudônimo como tema e batizo este espaço.

Está feito.

Albarus Andreos

Junho de 2007.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Para publicar vou ter que pagar?

Por Albarus Andreos
em 22/ 12/ 2006.


Para publicar vou ter que pagar (projetos em "parceria", é como os chamam as editoras que fazem esse trabalho).

É a conclusão a que estou chegando. Muita gente melhor teve que financiar o próprio livro no começo, não é? Não querem me dar uma chance, portanto é o que vou ter que fazer. Só queria dizer, porém, uma coisa: reconheçamos que editora tem que ter lucro se quiser sobreviver. Ok! Concordo. Mas então parem de ficar dizendo que as editoras colaboram com a cultura, isso e aquilo... Colaboram nada! O negócio delas é ter lucro como qualquer outra empresa e acabou! Não deveria haver qualquer incentivo fiscal ou isenção de impostos para as editoras. Alguém me explica, por que incentivos federais e isenções para uma empresa como outra qualquer? Se vou ter que pagar para publicar, então estou pagando duas vezes pois, além da "parceria", a que terei que me submeter, os impostos que pago vão azeitar a estrutura de uma editora que vive publicando originais estrangeiros pois "são mais garantidos". Nada contra o resto do mundo, que fique bem claro, mas as editoras sistematicamente fazem isso em detrimento de me aceitar como autor, esteja eu produzindo literatura tão equivalente ou superior a estrangeira, pela única explicação de que sou iniciante. Sem ser arrogante, não posso permitir que digam que o que escrevo é inferior, pois tenho senso crítico e leio o que é publicado (com um autor estrangeiro na capa), e muita coisa é inferior ao que produzo. Falta às editoras divulgar. Propaganda, relação mais profunda com a mídia. Formação de opinião. Estão esperando o governo convencer as pessoas a ler? Pois não é o negócio das editoras (e não do governo) vender livros? Produzam as editoras seus clientes. Corram atrás deles, como as indústrias de tabaco. Forme-os desde criancinhas. Encha-os de comerciais na TV. Distribuam brindes nas escolas.

Comemorem cada alma conquistada, como se isso lhes fosse vital (e deveria ser, não é? Ou o “bolsa-editora” que o governo lhes dá já é suficiente?). Invistam em publicidade, senhores. Um bom vendedor vende até geladeira para esquimó. Virem-se! Não joguem nas costas do autor iniciante a responsabilidade por um fracasso pelo qual não são responsáveis. Ninguém lhes está pedindo o “favor” de publicar qualquer “porcaria”. "Quem não tem competência não se estabelece". Não é isso que querem dizer quando recusam meus originais? Mexam seus traseiros, Roccos, Sicilianos e Records da vida, ou isso não é necessário, já que os estofamentos de suas limusines é mais confortável?

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